segunda-feira, 11 de julho de 2011

“Seleção noveleira” tem pior início na Copa América em 18 anos

Gol de empate de Fred, aos 44 minutos do segundo tempo, evitou que o início da campanha
na Copa América de 2011 fosse pior que o de 1993 - Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Há vinte dias concentrados para a disputa da Copa América 2011, na Argentina, alguns jogadores da Seleção Brasileira comentaram, durante uma das entrevistas coletivas, que gostam de passar o tempo que tem de descanso, entre os treinos e após os jogos, assistindo a novela “Insensato Coração”, da Rede Globo. O que eles não devem saber é que, enquanto acompanham a trama, fazem, sob o comando de Mano Menezes, o pior início do time canarinho no torneio continental em 18 anos.

“Insensato Coração está ‘bombando’ e a gente está ‘ligadaço’ nela”. “É uma trama que está deixando a gente bem intrigado”. “Só não gosto muito do Leo (...), porque ele só faz maldade”. As frases foram ditas, respectivamente, por Daniel Alves, Ramires e Neymar – referindo-se a um dos personagens do folhetim –, antes do empate por 2 a 2 com o Paraguai, o segundo nos dois primeiros jogos do Brasil na fase de grupos.

A última vez que a Seleção ficou sem vencer nas duas partidas iniciais da Copa América foi em 1993. Naquele ano, a competição teve o Equador como sede e o emblema verde e amarelo estreou com um empate sem gols com o Peru, e na sequência perdeu por 3 a 2 para o Chile. No último jogo da fase de grupos o Brasil conquistou sua única vitória, 3 a 0 contra o Paraguai.

Somando três pontos – naquela época a vitória ainda valia apenas dois pontos – a Seleção se classificou em segundo no Grupo B, atrás do Peru com quatro, e nas quartas de final teve que enfrentar a Argentina. Treinado por Carlos Alberto Parreira, o esquadrão brasileiro empatou em 1 a 1 no tempo normal, mas foi eliminado nos pênaltis pela equipe do técnico Alfio Basile.

Satisfeitos por eliminarem seus arquirrivais, os craques daquele time, Simeone, Batistuta e o goleiro Goycochea, mal poderiam saber que, levantariam naquela mesma Copa América o último título da seleção principal da Argentina por, pelo menos, os 18 anos seguintes, após vencer o México por 2 a 1 na final.

Nesta quarta-feira, a equipe de Mano Menezes, dependendo ainda só das próprias forças para seguir na competição, faz seu último jogo da fase de grupos, contra o Equador, logo após a novela. E se “os noveleiros” não quiserem perder o capítulo do dia, terão que por para gravar.

Confira, abaixo, o desempenho da Seleção Brasileira nos dois primeiros jogos da Copa América, desde 1993:

1993 – Brasil 0 x 0 Peru / Brasil 2 x 3 Chile
1995 – Brasil 1 x 0 Equador / Brasil 2 x 0 Peru
1997 – Brasil 5 x 0 Costa Rica / Brasil 3 x 2 México
1999 – Brasil 7 x 0 Venezuela / Brasil 2 x 1 México
2001 – Brasil 0 x 1 México / Brasil 2 x 0 Peru
2004 – Brasil 1 x 0 Chile / Brasil 4 x 1 Costa Rica
2007 – Brasil 0 x 2 México / Brasil 3 x 0 Chile
2011 – Brasil 0 x 0 Venezuela / Brasil 2 x 2 Paraguai

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A entressafra do time de Mano

Nos últimos seis jogos, Seleção marcou gol em apenas dois


Trocar a baliza de lugar: Seria esta a solução para o fim da entressafra
de gols do time de Mano? – Créditos: MowaPress

Entressafra, do Dicionário Aurélio: Período entre uma safra e outra do mesmo produto. É um substantivo geralmente utilizado nos campos agrícolas, mas que também pode ser usado no campo de futebol, para tentar explanar o atual momento vivido pela Seleção Brasileira de Mano Menezes. Nos últimos seis jogos, a equipe só conseguiu fazer gol em dois.

Se nas três primeiras partidas do novo treinador a Seleção anotou pelo menos dois gols em cada, nas seis seguintes a queda se mostra preocupante, ao indicar uma média de apenas 0,5 gol por jogo. Contando com o empate em 0 a 0, desse domingo, contra a Venezuela, na Copa América, em quatro dos seis últimos confrontos o time canarinho não balançou as redes adversárias.

Após mais uma partida sem marcar gol, as vaias da torcida foram inevitáveis e para justificar o resultado da estreia na competição continental, Mano Menezes apontou alguns problemas no setor ofensivo da sua equipe na partida.

“Fomos lentos em determinadas horas, outras erramos o último passe, outras jogamos de forma óbvia. Deixamos um isolado no ataque entre dois zagueiros. Precisamos melhorar esse aspecto”, frisou o treinador.

Falando especificamente do empate com a Venezuela, o técnico da Seleção não poupou nem o gramado do estádio Ciudad de La Plata, que acabou se tornando mais um culpado pela queda de gols do time canarinho nos últimos jogos.

“Me parece também que a condição do gramado atrapalhou muito, principalmente de mais velocidade, de mais habilidade. Quando um jogador arrancava dava pra ver um pedaço de grama levantando”, avaliou Mano.

Para tentar acabar com o período da entressafra e melhorar sua colheita de gols, o treinador irá analisar a necessidade de mudanças na equipe titular.

“Vamos ajustar essa parte (criação e finalização) de modo que fique melhor. Se for preciso mudar e os treinamentos mostrarem isso, podemos trocar uma peça para tentar que seja diferente. Mas também não vamos culpar a parte ofensiva, porque o ajuste final é coletivo”, disse o comandante ao site Globoesporte.com.

Em nove partidas à frente da equipe técnica da Seleção Brasileira, Mano Menezes venceu cinco, empatou duas e perdeu duas, média aproximada de 63% de aproveitamento. São 10 gols a favor e dois contra.

Confira, abaixo, o placar de todos os nove jogos da Seleção Brasileira sob o comando técnico de Mano Menezes:

Brasil 2 x 0 Estados Unidos
Brasil 3 x 0 Irã
Brasil 2 x 0 Ucrânia
Brasil 0 x 1 Argentina
Brasil 0 x 1 França
Brasil 2 x 0 Escócia
Brasil 0 x 0 Holanda
Brasil 1 x 0 Romênia
Brasil 0 x 0 Venezuela