segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ADEUS AO FENÔMENO


Chega ao fim a carreira de um dos maiores jogadores de todos os tempos, dono de um carisma espetacular, de personalidade forte e oportunismo de gênio, comparado somente a Gerd Müller, Just Fontaine e Rummenigge. Aos 34 anos, Ronaldo certamente deixará saudades aos fãs do futebol, aos ídolos da música e da poesia e aos críticos do esporte. Afinal, poucos atletas renderam tantas discussões (positivas ou negativas) sobre a arte de jogar e conduzir a bola com os pés ou com a cabeça.

Muitas gerações de garotos compreenderam a arte do futebol ao ver Ronaldo brilhar nos campos do Brasil, da Espanha, da Holanda e da Itália. O Fenômeno não se tornou apenas um ídolo futebolístico, mas uma personalidade, cujos costumes, dicas e ações deveriam ser seguidos à risca. Seus 15 gols em Copas do Mundo não foram apenas um recorde, mas um marca que certamente será batida apenas por outro ídolo da modernidade.

O jogador tem no currículo várias conquistas importantes no país: duas Copas do Mundo, duas Copas América, dois campeonatos espanhóis, um Mundial Interclubes... Ronaldo sempre soube responder as críticas à altura. Quando o problema no joelho direito quase o fez parar de jogar em 2000 durante um partida entre Lázio e Internazionale, pela Copa da Itália, ninguém apostaria que pouco tempo depois ele estaria no Japão erguendo mais um título mundial pela Seleção Brasileira. O dia 30 de julho de 2002 consagrou o brilhante goleador como um dos maiores jogadores tupiniquins da história, comparado somente a gênios como Pelé, Romário, Zico, Roberto Dinamite, Zizinho, Vavá e Rivaldo.

O atacante sempre teve problemas com a balança. Seu peso já provocou polêmica com o então presidente Lula durante a Copa de 2006. Aliás, esse mundial é para ser esquecido, pois foi o único que o fiasco falou mais alto na bela carreira do Fenômeno.

Problemas físicos não são novidade na carreira de belos jogadores. O maior nome da história da Holanda, Marco Van Basten, se aposentou precocemente aos 30 anos, em 1995, depois que teve complicações no tornozelo direito. Quem não se lembra de Roberto Baggio, que perdeu o pênalti na decisão na Copa de 1994? Ficou muito parado devido ao rompimento dos ligamentos do joelho direito. E sem contar o polivalente Tostão, que deixou os gramados aos 26 anos, depois que uma bola chutada por um zagueiro corintiano foi desviada em seu olho.

O hipotireoidismo é a baixa produção de hormônios pela tireoide. Os principais sintomas são cansaço, depressão e ganho de peso. "Há quatro anos fiz um exame no Milan que constatou que essa lesão. Eu precisava tomar hormônios, mas não podia porque seria pego no doping. Alguns de vocês agora devem estar arrependidos de fazer tanta chacota com meu peso, mas não guardo mágoa. Só queria explicar isso no ultimo dia da minha carreira", disse o camisa 9, quando foi às lágrimas.

Quarto maior artilheiro com a camisa verde-amarela, o Fenômeno certamente terá um jogo de despedida à altura de seus gols e dribles. Mas as imagens deixadas ao longo da sua carreira, nas Copas que disputou e nos gramados que esteve, sempre ficarão guardadas na memória dos torcedores que admiravam sua carreira!

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