segunda-feira, 7 de novembro de 2011


Jogador do Flamengo entrou no segundo tempo e mudou a partida contra o Cruzeiro

Com espaço para jogar, Muralha foi um dos destaques do Flamengo
na goleada sobre o Cruzeiro – Crédito: Nina Lima/VIPCOMM
Para tentar explicar a goleada de 5 a 1 aplicada pelo Flamengo para cima do Cruzeiro, no último domingo, a conversa que se ouvia nos bares e em muitas mesas redondas na TV, tratavam de um suposto “efeito psicológico” que teria tomado conta do time celeste, que, além do mau momento que vive no Campeonato Brasileiro, tão logo perdeu uma penalidade, sofreu o empate rubronegro. Tudo bem que alguns jogadores possam se abalar em situações assim, mas no calor de uma partida não é possível que todos os 14 atletas (titulares e substitutos) tenham se afetado psicologicamente por conta de (mais) um tiro livre de 11 metros desperdiçado.

Flamengo e Cruzeiro fizeram um duelo equilibrado na primeira etapa. O clube mineiro saiu na frente com Anselmo Ramon, e poderia ter aumentado a vantagem com Farías e Victorino. Mas a equipe carioca não estava morta. Logo no início da partida já tinha tido um gol (bem) anulado e pouco depois do lance do pênalti, conseguiu chegar ao empate, com Deivid. O atacante recebeu livre na intermediária e arriscou o chute. A bola tocou no travessão, voltou nas costas do goleiro Fábio e entrou. Pronto. O professor Vanderlei Luxemburgo tinha acabado de achar o caminho para a vitória.

Não. O caminho não era tentar acertar a trave, que já tinha salvado o Flamengo em duas oportunidades na defesa e contribuído com o primeiro gol carioca. O ponto era o local de onde o chute saiu. Deivid só arriscou dali porque encontrou espaço.

O Cruzeiro foi escalado no 3-5-2. Atrás, os três zagueiros marcavam apenas dois adversários, Deivid e Ronaldinho Gaúcho. Pelos lados, Marquinhos Paraná e Diego Renan cuidavam das subidas de Junior Cesar e Léo Moura, respectivamente. Thiago Neves e o jovem Thomás ficavam sob as custas de Fabrício e Charles, no meio. Mais à frente, Montillo se responsabilizava por Airton e Maldonado, que pouco produzem ofensivamente.

Logo, Luxemburgo viu que mais um jogador no meio poderia desmontar o esquema de marcação da Raposa e resolveu apostar em Muralha no lugar de Maldonado, na volta do intervalo. Apesar de ambos serem volantes, o atleta criado na Gávea tem mais facilidade para sair jogando, enquanto o chileno é pura marcação.

Não por acaso, Muralha colocou Thiago Neves na cara do gol em duas oportunidades. A primeira em um belo lançamento e a segunda em jogada de linha de fundo. E o camisa 7 não perdoou.

Por mais que o time do Cruzeiro tenha suas deficiências e atualmente viva uma fase completamente diferente daquela de quando era chamado de “Barcelona das Américas” no início do ano, uma simples cobrança de pênalti mal efetuada não poderia causar inúmeros danos em uma partida.

A entrada de um jogador mais avançado, como Roger ou Élber, no lugar de um dos zagueiros, que estavam sobrando, ou até mesmo na vaga de um dos atacantes, caso o técnico optasse por não expor demais a equipe, para preencher o espaço vazio onde Muralha atuava, poderia ter dado outros números ao placar final. Ou pelo menos, uma derrota sem tanto estrago.

Zona da degola não é inédita em 2011

Ao contrário do que muitos repórteres e comentaristas têm informado, esta não é a primeira vez que o Cruzeiro termina uma rodada na zona de rebaixamento neste Brasileirão. Já fora da Libertadores, a Raposa começou a competição nacional sem vencer nos cinco primeiros jogos e marcou presença entre os quatro últimos da 3ª a 5ª rodada, alternando entre a 17ª e 18ª colocações.

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