O ex-atleta e o jornalismo

Não se fica quatro anos em uma faculdade de jornalismo sem propósito. É tão óbvio que, por exemplo, para ser médico precisa estudar e ter diploma de medicina como deveria ser óbvio que para ser jornalista, é necessário ter diploma de jornalismo. Mas como explicar que veículos de comunicação contratem um indivíduo sem tal formação para exercer uma atividade jornalística?

No jornalismo esportivo, há vários ex-atletas que viram comentaristas (ou palpiteiros) "conceituados".

Nada impede que um ex-atleta possa se tornar um bom comentarista, o ex-volante do Inter e da seleção, Falcão, é um bom exemplo disso. O que falar das colunas do craque Tostão, então?! Simplesmente deliciosas! Mas Falcão e Tostão são exemplos que quase inexistem. E esses, eu não questiono.

Por outro lado, exemplos amargos existem em abundância. A Bandeirantes já conseguiu a proeza de reunir Neto, Müller e Marcelinho Carioca na mesma mesa-redonda. Triste! Difícil de assistir! Qualidade de informação e opinião, zero. No canal Bandsports, o mais novo contratado é o ex-atacante Adhemar, que jogou no Sttutgart em 2001 e vai comentar o Campeonato Alemão. Em entrevista ao site Pelé.NET, Adhemar disse: "Hoje em dia quando olho, eu vejo o Neto como uma pessoa top naquilo que ela é faz e é nele que me espelho. É uma pessoa bem autêntica. Assim como eu, ele não chegou a fazer curso de jornalismo, mas tem a vivência, que é mais do que se pode aprender em uma faculdade de jornalismo. Porém, é obvio que o curso é algo muito importante para quem quer seguir essa carreira." Importante não, Adhemar. Essencial!

A vida e a carreira podem ter dado vivência futebolística, e não jornalística, a Neto e a Adhemar. Então o que os qualifica para ocuparem um lugar que é do jornalista?

É necessário primar pela qualidade daquilo que lemos, ouvimos e assistimos.