terça-feira, 27 de julho de 2010

Seis por meia dúzia?

A maior crítica que o ex-treinador do Corinthians, Mano Menezes, recebeu enquanto esteve no clube – com exceção da eliminação da Libertadores neste ano – era o fato de que ele armava o time com muitos volantes.

O novo treinador, Adílson Batista, era freqüentemente questionado no seu ex-clube, Cruzeiro, pelo mesmo motivo: muitos volantes. Estaria, então, o Corinthians “trocando” – entre aspas porque a troca só aconteceu pelo fato de Mano ter aceitado o convite da CBF – seis por meia dúzia?

Na campanha do título da Série B, em 2008, o Corinthians de Mano Menezes teve o ataque mais positivo da competição: 79 gols – oito a mais que o segundo – média de pouco mais de dois gols por partida. No mesmo ano, o Cruzeiro de Adílson Batista terminou a Série A com o 3º melhor ataque: 59 gols em 38 partidas, média de 1,5 – foram oito gols a menos que o primeiro colocado no quesito, Flamengo.

Em 2009, após a conquista da Copa do Brasil e a vaga já garantida na Libertadores, o Corinthians “cochilou”e teve apenas o 14º ataque do Brasileirão, com 50 gols feitos, média de 1,3. O Cruzeiro foi um pouco melhor, tendo marcado 58 vezes e aparecendo na 6ª posição, mantendo a média de 1,5 gols por jogo. O melhor foi o Grêmio, com 67 gols.

Esses números vieram à tona, porque na sua última entrevista coletiva como treinador do Corinthians, após a vitória por 3 x 1 sobre o Guarani, que recolocou a equipe na liderança do Campeonato Brasileiro, Mano Menezes respondeu aos críticos com os seus números de momento: 20 gols, média de 1,8 por partida – é o melhor ataque da competição, após 11 rodadas disputadas.

_ Devemos ser o ataque mais positivo e terminamos em primeiro, contrariando algumas teses de que sou defensivista – disse o técnico, na ocasião.

Se Mano e Adílson gostam de volantes, não importa. Fato é que ambos são dois bons treinadores, estudiosos do futebol e competentes. Tanto que, ao lado de Muricy Ramalho, são os técnicos que tiveram a maior sequência à frente de seus clubes nos últimos anos do futebol brasileiro.

Para o Corinthians, Adílson é sinônimo de prosseguimento e era a melhor opção disponível no mercado. No Parque São Jorge, o treinador ainda terá a difícil missão de acabar com o sonho da fiel de, enfim, vencer a Libertadores, taça que ele já levantou pelo Grêmio, em 1995, ainda como jogador, quando ganhou a alcunha de "Capitão América" e foi vice ano passado com o Cruzeiro, já como técnico.

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